domingo, 3 de fevereiro de 2013

Minhas raízes



Fui plantada em terra árida, germinar foi dolorido.
Mas brotei em algum canto e de lá me arrancaram...
Fui replantada em solo macio, adubada e cuidada,
mas nem sol, nem vento e nem chuva me deram.
Perdi galhos perdi flores, deixei nascer em mim espinhos
e ao meu redor terra seca e abrolhos...
Não tive água e nem sombra e por um bom tempo
fui solitária.
Por vezes germinei num pântano, por outras no éden.
Quando minhas flores despetalaram senti a dor da solidão.
Flor feia e sem colorido, cresci apesar de todas as tempestades!
Alguns raios me arrancaram lascas... Deixando marcas em meu caule.
Alguns parasitas me infestaram e deles me livrei com garra.
Até que um dia o sol brilhou e  a chuva veio mansinha...
Em pouco tempo me fortaleci, e aprofundei minhas raizes.
Hoje nenhuma tempestade me enfraquece, se me falta a chuva,
reservo água, se me falta sol, me viro pra claridade.
Se me falta o jardineiro, o vento me traz cuidados.
Sou arvore frondosa e forte.
E minhas raízes antes frágeis e cheias de cicatrizes,
estão cada vez mais profundas.
Elas me alimentam e me sustentam, 
posso tombar , mas jamais ser destruída.

Sandra Botelho

Um raio de sol

Ela veio com garras afiadas. Asas negras tentando me abraçar  Tinha olhos de noites escuras Um corpo feito de lágrimas, Sua voz era um sussu...