
É frio e úmido,
é junto e irreal,
é medo é dor,
e imoral e amoral,
é humilhação entre corpos,
é dor entre mortos e morrem todos.
E não são poucas as agonias de mortais
acabados em ais,
esquecidos e deixados,
como animais...
São profanos e nojentos,
como ratos,
corvos agourentos,
são medo e indecência,
são estupro e roubo e demência,
são frutos da carência,
do horror e da pobreza,
de uma sociedade perversa,
torta e reversa...
Uma lei para os nobres
e outra para os pobres,
e abrem-se portas de
cadeias e porões,
grades e ferrões,
droga e alucinação,
fuga e perdão,
inocente e culpado
foragido e recuperado,
homem ou monstro,
gente ou bicho,
bicho em jaula,
matou perdeu a calma,
estuprou, condenou, inocentou,
libertou , recuperou, roubou, voltou.
Se profanou, se drogou,
o orgulho morreu,
o medo´nem conheceu,
e novamente matou e novamente voltou.
Não foi corrigido,
não foi absolvido,
não foi aprovado,
foi matriculado mais uma vez,
com tamanha insensatez ,
para aprender a aprimorar
a arte de matar.
Aprimorar o mal,
aprimorar a frieza,
aprimorar a dor e
jogar nas ruas de novo,
no meio do povo,
vermes cruéis e irracionais,
que ensinam aos normais
como fazer o mal
aumentar ainda mais.
E assim nessa sociedade maligna e
doentia,de leis flexíveis e vazias
segue o ciclo criativo de almas
podres e doentias,
aprimorando dia a dia,
a maldade humana
em almas insanas.
Sandra Botelho
Um comentário:
"E assim nessa sociedade maligna e
doentia,de leis flexíveis e vazias
segue o ciclo criativo de almas
podres e doentias(...)"
Brilhante texto.
Brilhante!!
Postar um comentário