
Acordar de manha e respirar
devagarinho, o cheiro doce
das flores, do mato, do ar,
ouvir o canto dos pássarinhos
que do alto das árvores,
ensaiam canções, repetidas
todas as manhãs. Porém,
nunca menos bonitas.
Molhar o pé no sereno das flores
colher verduras, frutas e amores
correr atrás do vento e senti-lo te beijar
oferecer-lhe a face para acariciar.
andar descalço,
sem sandálias nem laços
tomar banho no riacho,
na agua que corre abaixo
fazer uma oração
ao Deus da plantação
para o milho crescer forte
e encher de alegria o coração
beber o leite morno
tirado pela manhãzinha
e o pão quentinho tirado do forno
broinhas, bolos e bolachinhas
correr ao galinheiro,
colher ovos nos ninhos do terreiro
tratar dos porcos,
sem nojo,entrar no chiqueiro
enfiar o pé na terra,
e subir a serra, pra ver o sol
mais de perto e
ter que aprender o caminho certo.
Comer o que se planta
debulhar o milho,
moer a cana,
abençoar o filho...
uma casinha caiada
num sertão humilde
uma morena Clotilde
acima de tudo amada.
A lua companheira,
uma comida mineira,
a viola afinada
e uma canção apaixonada
depois de um dia embalado
por trabalho e sossego
o sono doce e preguiçoso
chega com chamejo...
o colo quente da cabobla
traz o descanso,
embala o sono
de um jeito suave e manso
e o sol brilha e invade
o corpo da gente
cheiro de café
e bolo quente,
mais um dia no sertão
sonhos que aquecem meu coração
que fazem de minhas noites
eterna canção.
Sandra Botelho
2 comentários:
aaaaai maaae sai dessa vida de fazenda,mas ficou mt mara viu?! minha poeeeta.
teee amooo mt
beeijos do pedro (:
aiaiaiaiaiaiiiii quero ver agora como segurar essa poetisa...
Mana, estou deu queixo caido com tamanha sensibiidade...
Otima,excelente...
bjus meu orgulho
amo
Postar um comentário