
Prefiro grandes ilusões
a verdades medíocres,
prefiro o sonho dos malucos
a realidade morna dos sãos
prefiro a derrota diante da guerra
que o acomodar dos covardes
prefiro a dor da perda
que a banalidade do nada
prefiro a acusação dos injustos
que a misericórdia dos hipócritas
prefiro a caricia falsa de um amante
que o amor cálido de um insensato
prefiro a justiça dos cegos
que a injustiça dos magistrados
prefiro o fedor dos mendigos
que o perfume dos arrogantes
prefiro a sensatez dos insanos
que o conhecimento inútil dos sábios
prefiro a pureza de um cão
que a mornidão de um amigo
prefiro a verdade das prostitutas
que a pureza falsa das virgens
prefiro o canto dos malditos
que o hino dos supostos cristãos
prefiro a morte dos generais
que a destruição dos inocentes
prefiro a condenação dos sensatos
que a condescendência de chatos
prefiro a escuridão dos cegos
que a visão dos políticos
prefiro o lento caminhar dos idosos
que a corrida sem rumo dos jovens
prefiro a tristeza alardeada
que a felicidade negada
prefiro o sangue a correr por justiça
que o medo de buscar ideais
prefiro a consideração de poucos
que a adulação de multidões
prefiro ser chamada de louca
que ser incapaz de sonhar
prefiro um corpo aleijado
que não ter a capacidade de raciocinar
prefiro a noite a dividir o céu entre lua e estrelas
que o egoísmo do sol
prefiro ondas a me derrubar
que a fragilidade de um caminhar
prefiro o oposto
prefiro o gosto
amargo e cruel do que é triste
que viver sorrindo
por um mundo que não existe.
Sandra Botelho
Um comentário:
Prefiro a simplicidade de uma criança do que a sabedoria de um homem.
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