quarta-feira, 3 de junho de 2009

Mutiladas

Hoje ela já tem quinze anos, nasceu coberta por rotos panos! Nunca foi beijada com ternura! nem tão pouco se sentiu segura! De todo carinho foi destituída, ainda era tão menina! Quando se desenhou sua sina. Proveria o sustento, a comida. A primeira vez foi o pai, Sem direito a dizer um ai, Nas outras vezes foi vendida, A viajantes oferecida. E tudo ela aceitava, Jamais daquela sina reclamava. Algo dentro de si secou Nenhuma lágrima de seus olhos rolou. A sua infância roubada, a tornou amargurada. Não tinha mais esperança, afinal nunca foi criança. Seu corpo a todos pertencia. Era vendida por qualquer ninharia, para comprar um pão Não importava o coração. Quem a devia proteger , a vendia por saber, que precisava do dinheiro, para de fome não morrer. E ela ia crescendo, sem condições de mudar, sabendo que não adiantava lutar, aquilo nunca iria parar. Vendida sem culpa, sem medo, era uma vida sem sonhos. Vida sem enredo Simplesmente era nada, Ela luz apagada. E a história continua hoje ela vende a sua filha filha de pai desconhecido mas com destino repetido. Sandra Botelho

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Ando sem rumo como um barco a deriva, Escancarando meu coração como uma canção, Jogada ao vento, em um grito devastador.  Um grito d...