
Hoje ela já tem quinze anos,
nasceu coberta por rotos panos!
Nunca foi beijada com ternura!
nem tão pouco se sentiu segura!
De todo carinho foi destituída,
ainda era tão menina!
Quando se desenhou sua sina.
Proveria o sustento, a comida.
A primeira vez foi o pai,
Sem direito a dizer um ai,
Nas outras vezes foi vendida,
A viajantes oferecida.
E tudo ela aceitava,
Jamais daquela sina reclamava.
Algo dentro de si secou
Nenhuma lágrima de seus olhos rolou.
A sua infância roubada,
a tornou amargurada.
Não tinha mais esperança,
afinal nunca foi criança.
Seu corpo a todos pertencia.
Era vendida por qualquer ninharia,
para comprar um pão
Não importava o coração.
Quem a devia proteger ,
a vendia por saber,
que precisava do dinheiro,
para de fome não morrer.
E ela ia crescendo,
sem condições de mudar,
sabendo que não adiantava lutar,
aquilo nunca iria parar.
Vendida sem culpa,
sem medo,
era uma vida sem sonhos.
Vida sem enredo
Simplesmente era nada,
Ela luz apagada.
E a história continua
hoje ela vende a sua filha
filha de pai desconhecido
mas com destino repetido.
Sandra Botelho
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