Solitário... aportaram-te na areia do mar .
Quem, por maldade, aí te acorrentou?
De longe observo-te, aprisionado ,
chorando a sombra de uma cabana, a
triste sina de não mais navegar!
Ah como eu te entendo!
Pois na minha solidão,
todas as noites me sinto ancorada,
aprisionada em um quarto pequeno demais para o meu coração!
Sou como tu barco ancorado...
Guardo lembranças de felicidade...
Tempos idos em que eu navegava, por esses mares e rios
sem leme, sem remo, sem bússola.
Livre!
Livre como as ondas do mar...
Levada de lá pra cá, ao sabor de todos os ventos...
Beijada pela brisa, seduzida pelo sol, acariciada pela Lua
amada pelo mar!
Quem sabe, retirar-te eu possa de teu cárcere,
libertar-te da areia que aprisiona teu balançar...
E enfim me aconchegar dentro de ti,
Avançar mar adentro, jogar fora o remo...
e simplesmente navegar...
Sandra Gonçalves
Imagem gentilmente cedida por Miguel Hijjar
https://www.facebook.com/miguel.hijjarhttp://www.miguelhijjar.com/
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