Caipirês
Bem contente tava o moço,
Que dispois de muito andá,
Conseguiu na catira
Uma bela mula,lhe tirá.
Ele que era muito simprão,
Fez aquilo na emoção.
E o outro muito esperto,
Era além de tudo largão.
Viu sua viola em caco,
Quando oiô na estrada,
O cabrão levando imbora,
Sua mula acabrunhada
.O pisódio desse homi,
Não ficou por isso não.
Enquanto o prato ele surtia,
Na cabeça dele, um furdunço firvia.
Seu fio, que na capitá estudava,
Ainda nos negócio não parpitava,
Graças ao emborná da sabeduria,
Um dia, administrante ele seria.
Prá mudá o rumo da prosa,
Vou falar um pouco da Rosa:
Sua muié, sua amada,
Sempre cum ele na matinada.
Essa não entra na catira,
Num tem preço que pague essa muié,
Deiz anos com ele namorano,
E a coitada ainda lhe qué.
Vortando ao tar do negócio,
Que levou uma manta danada,
Quiz ir atrás do disgraçado.
Decidir essa catirada.
Queria ver o tar do macho ,
Que aproveitou do seu deslaxo,
Metê o carcanhá na bunda,
E sumir por esses morro,
Com a mula na carcunda.
Mas essa narquia não é coisa que se faça,
Vortá atráis da palavra dada,
É realmente uma disgraça.
Fica mar prá ele na praça.
Pensando bem já tava empapuçado,
De falá nesse negócio.
Decidiu deixar de lado esse furdunço,
É mió num cutucá esse jagunço!
Toca pá diante esse assunto,
Chega de chororo atoa,
Mió ele envorvê com a Rosa...
Que é coisa mió de boa.